• 09 Sem título - 2000 - Esculturas - Tinta automotiva sobre aço carbono circular - Coleção da artista
    May 18 2023
    Audiodescrição
    As três grandes esculturas tubulares feitas em aço carbono pintado com tinta epóxi branca, sem título, de 2000, têm curvas acentuadas e reversas, formas ovaladas, em arco ou onduladas. Dão a impressão de flutuar no espaço. Tocam o solo em dois pontos paralelos, transmitindo leveza, movimento e plasticidade à obra. Tomie parece desenhar linhas no espaço, com traços realizados instintivamente, modelando e criando formas inusitadas. A primeira mede 180 por 224 por 310 cm, a segunda mede 180 por 230 por 250 cm, a terceira, 170 por 285 por 250 cm.

    Observações curatoriais
    A exposição que agora chega a Canaã dos Carajás reúne um conjunto de esculturas tubulares que começaram a ser produzidas por Tomie Ohtake a partir da segunda metade da década de 1990, na ocasião da 23ª Bienal de São Paulo. As “tubulares” são realizadas em aço carbono, mas concebidas sobre projetos em arame dobrados diretamente pela artista. Tomie desenhava no espaço com o arame, experimentando e explorando as possibilidades nos projetos para, então, fazer as obras. Essas esculturas aliam uma série de aspectos que vinham norteando os experimentos da artista e suas considerações sobre a recepção de seus trabalhos. Por um lado, expõem uma maturidade ímpar para dominar os desafios de escala, inserindo corpo e espaço na fruição, bem como o acontecimento fenomênico de suas formas. A partir delas, Tomie passou a conciliar, em gestos claros e precisos, uma apreensão que condensava movimento e percurso. Por outro, a própria instabilidade e as constantes inflexões das peças, assim como as perspectivas mutantes de suas composições, ensejam sempre uma nova aproximação do público.
    Mehr anzeigen Weniger anzeigen
    3 Min.
  • 08 Sem título - 1996 - Acrílica sobre tela - Coleção da artista
    May 18 2023
    Audiodescrição:
    A acrílica sobre tela, sem título, de 1996, obra abstrata que mede 200 por 200 cm, mostra uma grande circunferência sobre fundo com diversas camadas nas cores marrom e azul celeste que se assemelha a um mosaico com pequenos fragmentos, formas irregulares aglomeradas como milhares de pequenos retalhos de tecido submersos em um grande tanque. No canto inferior direito, o contorno da circunferência é bem definido e destaca-se na cor vermelho vivo. O restante, em tons de laranja e marrom, é esfumado e ligeiramente translúcido, como se a figura circular, forma recorrente na obra de Tomie, fosse gradativamente se diluindo.

    Observações curatoriais:
    Nas palavras do curador e crítico Paulo Herkenhoff, a tinta acrílica permitiu que Tomie explorasse uma geometria aquosa, com traços pouco demarcados e limites em expansão.
    Nesta pintura em particular, o tema tratado parece ser a própria aparência aquosa desse círculo incompleto. Na composição, a artista experimenta as possibilidades de dissolução dos elementos ao longo desse círculo que, em sua diferença de tratamento e de gestualidade, sugere dinamicidade.
    Há na composição algo que se coloca em trânsito, é cíclica, e tem em si uma noção de duração. Por um lado, é possível ler a forma como um círculo que, gradativamente, ganha precisão e contornos definidos. A vivacidade de seus vermelhos sugere algo que, aos poucos, ganha destaque. Por outro, remete a uma forma que parece diluir-se no tempo. Como algo que se perde e se corrói.
    Mehr anzeigen Weniger anzeigen
    3 Min.
  • 07 Sem título - 2001 - Acrílica sobre tela - Coleção da artista
    May 18 2023
    Audiodescrição:
    A acrílica sobre tela, sem título, de 2001, obra abstrata que mede 200 por 1000 cm, apresenta um traçado levemente ondulado que atravessa toda a grande tela, sobre fundo branco levemente manchado em cinza e intensa iluminação na parte superior. A sinuosa linha, que se assemelha com a silhueta ondulada de montanhas ao longe, é vermelha e descendente no primeiro trecho com sombreado granulado em vermelho e branco na parte de baixo. Ela torna-se preta e ascendente no segundo trecho, sombreada com pontos pretos e brancos granulados na parte inferior. No último trecho, a linha sinuosa desce suavemente até quase encontrar a borda direita da tela, com sombreado na parte superior. A composição sugere suave movimento que deixa rastros de partículas que parecem se esfacelar em tons de azul e vermelho.

    Observações curatoriais:
    Para a abertura do Instituto Tomie Ohtake, em novembro de 2001, Tomie Ohtake pintou uma de suas maiores pinturas, com 10 metros de largura e 2 metros de altura. O seu sistema de fixação foi previsto, desde aquela época, por meio de pregos, acompanhando a curvatura da parede. Tomie planejou, com essa pintura, uma obra que pudesse reforçar a arquitetura da principal sala projetada por Ruy Ohtake para o Instituto, com uma de suas faces ocupadas por um grande semicírculo. Por sua grande e sinuosa linha, a pintura permite a analogia com uma espécie de vale presente numa ampla paisagem. Seu traço principal propicia ao observador um trajeto pela sua extensão. O olho não permanece estático, tentando contornar toda a amplitude do gesto da artista. Outro aspecto determinante diz respeito à forma como a artista emprega seu corpo para vencer toda a dimensão da tela. São impressionantes os registros fotográficos que mostram as escalas de ambos. Este trabalho foi exposto na inauguração do Instituto e ficou guardado por anos, sendo exibido pela segunda vez, após 21 anos, na exposição Tomie Ohtake Dançante.
    Mehr anzeigen Weniger anzeigen
    4 Min.
  • 06 Sem título - 2002 - Gravura em metal - Coleção da artista
    May 18 2023
    Audiodescrição:
    A gravura em metal sem título, de 2002, obra abstrata que mede 100 por 70 cm, na vertical, com fundo preto chapado, é composta por uma figura branca, de formato ovalado, ligeiramente inclinada para a esquerda. O contorno é irregular, lembrando bordas de papéis rasgados. Finas linhas irregulares formando desenhos delicados em azul bem claro e acinzentado preenchem a figura branca. A figura de bordas esgarçadas, que se assemelha a uma escultura, parece flutuar em um espaço escuro como um organismo vivo observado por um microscópio.

    Observações curatoriais:
    Nas primeiras experimentações de Tomie Ohtake com gravura, a artista aproveitou para reproduzir gestos únicos, dentre eles as colagens com papéis que ela mesma rasgava. Na medida que a artista rasga, vai se revelando o contorno de uma imagem única. Por mais que a ação de rasgar o papel tenha uma intencionalidade, o papel apresenta uma resistência, e o contorno das formas acaba sendo um encontro único da manualidade de Tomie com o inesperado do papel. Na gravura, ela consegue reproduzir esse contorno único que cada colagem tem.
    Além disso, Tomie aproveitava esse recurso do contorno irregular para criar tridimensionalidade para as imagens, colocando-as, muitas vezes, suspensas em um fundo chapado de uma cor só, assim como acontece nessa gravura. A forma branca parece estar suspensa em um espaço escuro e a imagem bidimensional parece ganhar uma dimensão escultórica, prática que a artista desenvolve em outras gravuras também.
    Mehr anzeigen Weniger anzeigen
    3 Min.
  • 05 Sem título - 2008 - Gravura em metal - Coleção da artista
    May 18 2023
    Audiodescrição:
    A gravura em metal sem título, de 2008, obra abstrata que mede 37,5 por 105 cm, na horizontal, com fundo preto, denso e ligeiro sombreado em verde esfumado, é composta por quatro figuras esverdeadas, com formas orgânicas, arredondadas e definidas, que lembram folhagens ao sabor do vento, inclinadas para a esquerda. Uma das formas se destaca das demais por sua coloração verde mais intenso e brilhante, e duas pontas proeminentes.

    Observações curatoriais:
    Uma das referências da cultura oriental para a produção de Tomie Ohtake é a vertente artística japonesa Ukiyo-e do período Edo (1603-1867). O movimento Ukiyo-e ficou conhecido por artistas como Katsushika Hokusai e Hiroshige, que exploraram a xilogravura com paisagens marcadas pelas fortes paletas e gradações cromáticas. Essa dissolução da cor também aparece no trabalho de Tomie, por vezes trazendo a percepção de profundidade e um vazio virtual.
    Tomie comenta que o que mais a interessava no Ukiyo-e é a noção de tempo, mais do que as imagens. O curador Paulo Herkenhoff identifica uma “beleza transitória” nesse aspecto no trabalho da artista, de um tempo que não cessa pois está sempre em trânsito, proporcionado pelas gradações de cores, que não têm um começo, meio e fim.
    Mehr anzeigen Weniger anzeigen
    3 Min.
  • 04 Sem título - 2003 - Gravura em metal - Coleção da artista
    May 18 2023
    Audiodescrição:
    A gravura em metal sem título, de 2003, obra abstrata que mede 55 por 82 cm, na horizontal, de fundo amarelo com nuances do leve ao intenso contendo sutis pinceladas em tons de ocre, é composta por nove figuras circulares em tons vivos de azul celeste, sobrepostas individualmente de modo irregular em formas circulares brancas. As figuras com contorno impreciso, unidas na composição, formam um semicírculo deslocado para direita, e transmitem a ideia de movimento.

    Observações curatoriais:
    Nas obras de Tomie Ohtake é possível ver algumas cores, gestos e formas se repetirem ao longo do tempo. Essa reiteração, a cada retrabalho, absorve novos significados e evidencia um processo de aprendizado da artista em torno de seu próprio processo. Algumas das obras presentes na seleção de Tomie Ohtake Ensaios remetem também a novos significados atribuídos. O contato dos coreógrafos na casa-ateliê de Tomie – projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake –, e mesmo a pesquisa curatorial envolvida, trouxe novos caminhos interpretativos a algumas obras. Formas foram ganhando uma alusão a movimento, coreografia e partitura. É importante salientar como essa camada interpretativa rompe com a abstração presente nas obras da artista. Sua relação com a dança permitiu vislumbrar nos mais diferentes trabalhos novos modos de interpretar suas formas.
    Mehr anzeigen Weniger anzeigen
    3 Min.
  • 03 Sem título - 2002 - Gravura em metal - Coleção da artista
    3 Min.
  • 02 Sem título - Escultura Avenida 23 de Maio - São Paulo - 1988 - Escultura
    May 18 2023
    Audiodescrição:
    A escultura em concreto armado, sem título, de 1988, medindo 40 metros de extensão, no canteiro central da Avenida 23 de Maio, em São Paulo, aos fundos do Centro Cultural São Paulo, é composta por quatro lâminas paralelas, que formam arcos ou ondas a partir do chão, passando a impressão de movimento. A parte de fora mantém a cor acinzentada original do concreto e as faces internas, são pintadas nas cores amarelo, laranja, azul e verde. Representam as quatro gerações de Nikkei, imigrantes japoneses e seus imigrantes nascidos no Brasil.

    Observações curatoriais:
    A obra pública feita em concreto armado, que se encontra na Avenida Vinte e Três de Maio, em São Paulo, foi comissionada no contexto da comemoração dos 80 anos da Imigração Japonesa. A escultura foi inaugurada em 1988 e consiste em 4 ondas de concreto, que totalizam 30 metros de comprimento. Situadas no canteiro central da avenida, apesar de suas características materiais mais robustas, as ondas aparecem como que em uma sequência de movimentos. O que dá ao conjunto certo cinetismo.
    A partir de meados da década de 1980, as obras públicas e esculturas se inseriram nos procedimentos criativos de Tomie Ohtake: os materiais incluem painéis pintados, murais de pastilha, concreto armado, chapa e perfil metálico e tubos metálicos com dupla curvatura.
    Mehr anzeigen Weniger anzeigen
    3 Min.